Tu me revelas a sabedoria da pedagogia divina

Quando contemplo a beleza
da seiva interna da vida,
oh Mestre do caminho,
logo percebo a insensatez
da prática da esperteza,
do poder dominação,
da sede de acumulação,
do apego que retém,
da prática da exclusão,
da cultura do egoísmo,
do ódio ou da indiferença.
 
Deus me deu por graça,
no processo evolutivo,
o dom da autonomia
e a lei da consequência:
se há uma ação,
então, que me prepare
pois, haverá reação;
se há liberdade,
então, que eu fique atento
pois, haverá responsabilidade.
 
Tu me revelas a sabedoria
da pedagogia divina,
oh Filho do Homem,
é assim se aprendo a ser
e a cuidar do necessário,
na arte do bem viver.
 
O cultivo do amor verdadeiro
não pode se realidade banal
pois, há exigências ao amante:
o diário não ao poder dominação,
o mútuo reconhecimento,
cotidiano e gratuito,
da igual dignidade do outro
e uma entrega mútua
aos desafios de caminhar
pautados por fratersororidade.
 
Em cada escolha que eu faço
urge que seja justa e adequada,
lembrar-me que estamos conectados
pelo húmus frágil da Casa comum.
A prática da boa convivência
tem incontornáveis exigências:
o cultivo diário da paciência infinita,
de um bem querer mútuo e
que sempre oferece o perdão,
do respeito à dignidade e ao tempo do outro,
e alimentar do desejo de seguir juntos
pelas estradas íngremes do diálogo,  
como único caminho possível,
de crescimento no amor.
 
Belo Horizonte, 12 de novembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 17, 26-37).

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta