Como o samaritano do Evangelho, eu dobro os joelhos

A tua relação com o Abba querido,
oh Profeta da proximidade divina,
provoca e alimenta meu esperançar
e sustenta, confesso, meu caminhar na fé.
Mas há tantas vítimas de lepras de exclusão,
que desejo ardentemente experimentar
a tua presença atuante do Reino de Deus
em nossas periféricas “Samarias” e “Galileias”.
Vejo a dor de tantas famílias e amigos
das juventudes negras na periferia,
que são excluídas, rotuladas e assassinadas;
de pessoas que por se assumirem LGBTQIA+,
são condenadas, escorraçadas e eliminadas;
das lideranças indígenas atuantes e proféticas
que são atacadas, perseguidas e massacradas;
de inúmeras mulheres silenciadas entre nós,
sendo tão agredidas, violentadas e mortas…
Quero participar de tua missão libertadora,
e curar as feridas provocadas em teu povo
pelas muitas lepras de nossos pecados sociais:
do individualismo e da indiferença sócia,
da hipocrisia de classe e da corrupção política,
da destruição egoísta de nossa Casa comum,
do intimismo deturpado de religiões alienantes…
Com muita alegria e gratidão no coração
como aquele samaritano do Evangelho,
eu dobro os joelhos e dou glórias ao Pai
pela luz e força da presença da Ruah divina,
pelos profetas e profetisas de nossa história,
pela lucidez e o dom da conversão ao teu caminho:
fraternidade, justiça, direito, misericórdia e paz!
Belo Horizonte, 10 de novembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 17, 11-19).

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