Como outrora a Nicodemos

Como outrora a Nicodemos,
a tua vida tão humana,
demasiadamente simples,
de homem em tudo como nós,
mas libertada para amar,
irradia um brilho singular
da beleza que há no céu,
continua a atrair e seduzir,
e também a desestabilizar,
a nos fazer entrar em crise:
a vida que nós levávamos,
antes de conhecer esta Luz,
já não mais nos satisfaz,
passamos a desejar bem mais,
a conhecer este teu segredo,
a trilhar teu íngreme caminho,
que nos leva até a tua Fonte,
a encontrar nosso Pai celestial.

É então que de ti recebemos,
um estranho e inusitado convite,
para nós nascermos do alto,
acolhermos esta Luz divina,
e esta força transcendente
que vem do Sopro divino,
para libertarmos das ilusões,
abandonarmos os apegos,
e rompermos as correntes
de toda forma de egoísmo,
para nos deixarmos guiar,
pelo santo projeto de Deus,
por seu dinamismo libertador,
que exige cultivo esmerado,
do amar, do cuidar, do servir.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 29 de abril de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 3, 7-15):

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Vós deveis nascer do alto. O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”. Nicodemos perguntou: “Como é que isso pode acontecer?” Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.

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