
A tua morte na cruz,
colocou em questão
a firmeza de nossa fé.
Que crise profunda,
e lancinante inflexão:
Como é possível
que nosso Deus,
justo e onipotente,
permita e se cale,
diante desta infâmia,
e cruenta execução
de um profeta fiel,
de um justo inocente?
Sim, profeta perseguido,
traído, preso e julgado,
condenado à morte,
torturado e humilhado,
executado na cruz:
será o Cristo de Deus,
que nos foi enviado,
para nos libertar e salvar
ou devemos esperar outro?
Algumas mulheres
de nosso grupo,
discípulas teimosas,
de grande coragem,
de fé inquebrantável,
nos deram um susto:
foram ao teu túmulo,
bem de madrugada,
não encontraram teu corpo
e nos disseram que viram anjos,
e que estes lhes afirmaram
que tu estás vivo.
Mas nós ainda não temos
tal experiência de fé
e colocamos em dúvida
esta fé de tuas discípulas.
Tu nos revelaste,
com palavras vivas,
de sabedoria do alto,
e ações provocantes,
a beleza magnífica
da Luz que irradiava,
e nos deste acesso
à fonte de tua força,
nosso Evangelho Vivo,
a presença de Deus,
amorosa e disponível,
bem aqui, no meio de nós.
Mas, como outrora
com teus discípulos,
hoje, inúmeras vezes,
caminhamos contigo,
como que cegos,
sem reconhecê-lo,
vivo e ressuscitado,
presente, atuante,
estradeiro conosco.
Fica conosco,
ó Jesus Ressuscitado,
nas noites escuras,
cura as nossas cegueiras,
para que o reconheçamos
sempre presente,
e dá-nos o dom da fé
de tuas discípulas fiéis
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 20 de abril de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 13, 1-35).
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