Muitos cultuam hoje o deus Mamon,
sim, o deus da cobiça do mercado,
o deus que exige cruentos sacrifícios,
o sangue de incontáveis vidas inocentes,
em troca, oferece acumulação de riquezas.
Com sua sede voraz por lucro e sangue,
qualquer coisa é transformada em mercadoria,
o sexo, a saúde, a educação e até presídios,
e por prometer a acumulação aos seus fiéis,
exige o salário dos trabalhadores mais pobres.
Quem segue as suas leis e mandamentos,
vai se tornando frio e totalmente indiferente,
aos gritos dos mais pobres e dos famintos,
e, ávidos na defesa de seus sagrados lucros,
tentam impedir e deturpar as políticas sociais.
E nem aos gritos da Terra ferida escutam,
e, para a glória ensandecida do deus mercado,
a nossa Casa comum continua a ser agredida,
saqueada, espoliada e o seu equilíbrio destruído,
pela tresloucada rapina capitalista que promovem.
Até quando continuaremos cegos, surdos e mudos,
diante da teia da vida tão ameaçada em seu futuro?
Até quando continuaremos tão insensíveis a ignorar,
o grito dos pobres, dos oprimidos e da Casa comum?
Dá-nos, Senhor Jesus, dom de tua indignação ética!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 29 de novembro de 2024.
Para o deus da cobiça e do mercado tudo é mercadoria. As relações são monetizadas e as emoções são fluidas e voláteis, ao que leva, fatalmente, a individualização, negando e invizibilisando o outro, indo de encontro ao que pregava Jesus. ” Amai ao próximo como a te mesmo” vivemos uma sociedade de narcisistas, facinho de gerar fascistas. 😱