Chamados ao amor-compaixão

Muitos procuram hoje,
desesperadamente,
a sua cura física,
algo, de fato, importante.
Mas importa dizermos,
e também reconhecermos,
que esta cura física,
decerto, não basta:
pois há várias pessoas
fisicamente sadias,
que, espiritualmente,
se mostram tão doentias.

A atitude do samaritano,
um dos leprosos curados,
que foi o único a voltar,
a render graças a Deus,
e expressar sua gratidão,
nos revela a outra cura,
e que todos precisamos:
de nos tornarmos cientes,
de que somos agraciados,
com amor, dons e talentos.
Quem assim se experimenta
passa a viver tão diferente,
a ser movido por gratidão,
e na busca do bem comum

Dá-nos teu Sopro de Amor,
ó Mestre da via do amar e servir,
para que com tua luz e força,
cuidemos bem do espírito,
acolhendo a graça divina,
dom de sermos filhos e filhas,
amados de nosso Abba querido,
dom que nos humaniza,
pra mesa da irmandade.
E, ao sermos assim curados,
de toda autossuficiência,
arrogância, indiferença,
egoísmo, apego ou cobiça,
deixemo-nos ser trabalhados
na olaria da graça amorosa,
pra com Deus sentirmos tocados,
chamados ao amor-compaixão,
e à presteza solícita de Nossa Senhora,
diante de cada irmão sofredor.

Edward Guimarães
Belo Horizonte,13 de novembro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 17, 11-19).