Quando contemplamos
o viver em sociedade,
não podemos ignorar,
ou deixar de perceber,
as inúmeras cegueiras
tão presentes entre nós.
Como entender as causas
desse índice de miséria,
e quais vias percorrer,
para que a superemos?
Como decifrar as razões,
de tanta violência social,
e que caminhos trilhar
para que a eliminemos?
Como explicar a vitória,
de conhecidos candidatos,
corifeus da necropolítica,
e seus projetos nefastos,
e qual a direção tomar,
pra ter esperança de novo?
Como o cego Bartimeu,
nós nos encontramos,
à beira do caminho,
ali cegos e mendigos,
à espera da um milagre,
ou quem possa, de fato,
nos curar e nos libertar:
ó Jesus, filho de Maria,
mestre fiel e libertador,
tem compaixão de nós!
ó Maria, mãe de Jesus,
e nossa mãe celestial,
tem compaixão de nós!
Dá-nos, ó Abba querido,
os dons da fé, da firmeza,
da esperança teimosa,
e da presteza solícita,
no amar, cuidar e servir:
para que, com coragem,
não deixemos arrefecer,
nem cair a tua profecia,
da mesa da irmandade,
do dinamismo libertador,
do Reino de Deus presente.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 26 de outubro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 10, 46-52).
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