O grito da mãe Terra sobe e chega até ti,
ó nosso Criador e Sustentador da Vida,
as florestas já estão quase todas no chão,
e os olhos dos animais que ainda restam,
perdidos diante de tanto fogo, clamam a ti.
Até quando os seres humanos serão surdos,
indiferentes perante tanta destruição e dor?
Sob o peso da cruz da miséria e da fome,
o cruento grito ensurdecedor dos pobres,
exigem respeito pela sua dignidade divina,
é clamor e profecia do reinado da justiça:
Por onde andará a mesa da irmandade?
Até quando nós continuaremos surdos,
indiferentes perante abjeta desigualdade?
O grito lancinante dos oprimidos, meu Deus,
não é vertical, Tu és sempre estradeiro conosco,
a direção tem outro alvo, sentido e destino,
as consciências que se tornaram insensíveis,
os corações empedrecidos, cheios de egoísmo.
Até quando nós permaneceremos assim surdos,
e indiferentes diante dessa tamanha opressão?
Dá-nos teus dons da coragem, da fé solícita,
e do sentimento de urgência, ó Pai de todos,
diante da necessidade de mudança de rumo.
Ó Mãe celestial cure os corações indiferentes,
para que brote dentro de nós o desejo forte:
trilharmos a via íngreme de teu Filho Jesus,
e cultivarmos juntos o amar, cuidar e servir.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 07 de setembro de 2024.
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