São tantas decepções,
injustiças e opressões,
que dá vontade de largar
as lutas políticas infindas,
e esta construção coletiva,
possível e tão necessária,
de uma sociedade justa,
inclusiva, fraterna, solidária.
São tantas desilusões,
que a tentação é de sair,
dessa Igreja clericalista,
patriarcal e tão conivente,
com a lógica do poder e
as classes dominantes,
que parece ter esquecido,
da força viva do Evangelho.
Então, em discernimento,
eu me coloco em oração,
sinto tua presença comigo,
e recordo o teu Evangelho,
a tua práxis libertadora,
e o dinamismo do Reino,
a esperança dos pobres,
a fé e teimosia das CEBs,
das pastorais sociais,
dos movimentos populares.
A tua palavra chega a mim
e me traz grande conforto:
– Vinde a mim todos vós,
vós que estão cansados,
fatigados e desanimados,
e eu mesmo vos aliviarei.
Não se esqueçam nunca,
que o meu fardo é suave,
e que o meu peso é leve.
Estarei sempre convosco!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 18 de julho de 2024.
Poema provocado pelo Evangelho (Mt 11, 28-30).
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