Quando por ti
nós fomos criados,
por causa do amar,
esse verbo tão poderoso,
e, ao mesmo tempo,
fonte de vulnerabilidade,
Tu nos deste dons especiais,
e entre eles o da liberdade,
pois, somente quem é livre,
pode amar de verdade.
Não entanto, Tu sabes,
ó nosso Abba querido,
o quão árduo é tal aprendizado,
trilharmos as vias íngremes do amar,
e o quão fácil é nelas nos perder,
por não termos assimilado limites,
nem cultivado o senso do respeito,
por não termos experimentado
a alegria de partilhar com os outros,
por não termos nos libertado do egoísmo,
do nosso instinto de possessividade,
da tendência diabólica ao apego,
e desse medo torpe de perdermos:
os “objetos” de nosso desejo,
as “fontes” que nos dão prazer.
Não aprendemos a confiar em Ti.
Mas Tu não desistes de nós,
e, com paciência e misericórdia,
não cansa de nos enviar profetas,
e Tu nos envias o teu próprio Filho,
pra nos revelar o teu amor por nós,
e o Caminho que nos leva até Ti,
pra participarmos de tua alegria,
de tua plena comunhão de Amor.
Teu Filho se abaixa até nós,
e assume os nossos limites,
e, por amor, se torna um de nós,
e apesar dele nos ensinar,
com amor e oceânica bondade,
a discernir a tua direção,
a acessar às suas fontes,
e contemplar, desde aqui,
a beleza do fim do Caminho:
nós, com insensatez, o matamos.
E como se tamanho Amor,
ainda não nos bastasse,
Tu ressuscitas teu Filho da morte,
confirmando aquele caminho,
que ele trilhou com fidelidade.
E, junto com o Ressuscitado,
de forma surpreendente,
nos enviam teu Sopro de Amor,
a Fonte de luz divina em nós,
Fonte de força criativa e coragem,
pra não desistimos nos desafios,
e, diante das muitas dificuldades,
termos firmeza pra seguir o Caminho,
pra não desistirmos de aprender a amar.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 03 de junho de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 12, 1-12).
Seja o primeiro a comentar