Para nos tornarmos teus,
discípulo ou discípula,
não é uma tarefa tão fácil,
a missão é bem exigente,
pede a nossa entrega,
firmeza e muita dedicação.
Na busca de te seguir,
às vezes deixamos tudo
e até realidades importantes:
o tempo com a família,
com amigos e de trabalho,
certo exercício da liberdade
e até do legítimo lazer,
a construção do patrimônio,
ou o viver na busca do lucro.
Por causa de um certo Reino,
fazemos opção fundamental,
então nossos valores mudam,
e o que para alguns é perda,
na verdade é o nosso ganho,
pois, a nossa vida se transforma,
adquire novo sentido e gosto,
a nossa família se amplia,
passa a ser além do sangue,
as amizades mudam também,
os conceitos de trabalho,
de liberdade, alegria, lazer…
se modificam profundamente,
pois, o foco deixa de ser,
a busca da minha felicidade,
de ampliação do meu patrimônio,
de ganhar mais ou de lucrar.
O que passa a ocupa o centro,
não é mais o nosso eu inchado,
a nossa satisfação, alegria ou prazer,
mas o cultivo esmerado do amar,
do amar a Deus, amando ao próximo,
passamos a doar-nos no que damos,
nosso tempo, atenção, bens…
por amor nos irmanamos,
sobretudo com os que sofrem,
com os pobres e oprimidos,
deles nos aproximamos
para ouvir e aprender,
e dar as mãos nas lutas,
no desejo de cuidar e servir,
na grande mesa da irmandade,
no cuidar da Casa comum.
Dá-nos o dom mais precioso,
ó Jesus, Mestre do caminho,
o de aprendermos a amar,
como tu nos amaste primeiro.
Dá-nos a graça de perceber,
que, quando estamos amando,
nos tornamos cheios de Deus,
pois, o Sopro divino está em nós,
é Deus que eterniza o nosso ser!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 28 de maio de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 10, 28-31).
Foto: Registro de Marcelo Barros irmanado com o povo Xucuru.
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