Primaz na defesa dos direitos fundamentais

Presença da Igreja profética da defesa do ameaçado Povo Ka’apor, ameaçado na maior Terra Indígena do Maranhão.
Presença da Igreja profética da defesa do ameaçado Povo Ka’apor, ameaçado na maior Terra Indígena do Maranhão.

Como não recordar, vivamente,
de tua prisão na calada da noite
e teu julgamento injusto e cruel,
ó Jesus, o profeta injustiçado,
que foi, iniquamente, condenado,
torturado e executado na cruz,
quando contemplamos a calúnia,
a perseguição e a prisão de Paulo,
sem provas de crimes cometidos?
 
O insano fundamentalismo religioso,
como o político, o moralista e outros,
nos torna surdos, cruéis e inflexíveis,
nos cega e alimenta o ódio aloucado.
Tu, ó Profeta crucificado, Pedro, Paulo,
e tantos outros homens ou mulheres,
profetas e profetisas na defesa da vida,
em nossa história sangrenta e cruenta,
tiveram e continuam a ter as suas vidas,
precocemente tiradas e interrompidas.
 
Até quando, ó Jesus, Senhor da história,
permaneceremos cúmplices ou calados,
indiferentes à dor de familiares e amigos,
diante de tantos inocentes assassinados?
Que ninguém seja preso, julgado e condenado,
sem a apresentação de provas contundentes,
e sem exercer o seu direito sagrado de defesa.
Que a tua Igreja, portadora de tua memória,
o inocente que foi condenado à morte na cruz,
com a luz e a força profética do Espírito Santo,
seja primaz na defesa dos direitos fundamentais,
e a guardiã íntegr da justiça e dignidade da vida.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 17 de maio de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho da Igreja (Atos 25, 13-27).

Foto: Registro de uma Igreja profética, no fina de 2023. A Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CEEM-CNBB), da Rede Igrejas e Mineração, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), do Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e do Grupo de Estudo sobre Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Maranhão (GEDMMA-UFMA), para escutar e ver a realidade de ameaças e destruição que o povo e seu território estão vivendo.

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