Não haverá vida nova sem conversão

Tu anuncias a alegria da vida nova
e eu insisto na mentalidade velha:
eu quero estar entre os que mandam,
meu ideal é conquistar o lugar do poder.

Tu inauguras o Reino da irmandade,
e eu insisto na lógica da hierarquia:
eu quero me sentar a tua direita, Senhor
ou que tu me coloques a tua esquerda.

Tu, então, fazes memória da história
e eu percebo meu ideal individualista,
que não transformei minha mentalidade
e que não haverá vida nova sem conversão.

Tu apontas a via da vida em comunidade:
que cuida para que não aconteça a tirania
e que não se caia na velha tentação do poder
que visa a dominação de uns sobre os outros.

Ensina-nos, oh Profeta justiça e da irmandade,
a dizer não a lógica do poder-dominação,
a me converter ao Reino da igual dignidade:
amar, discernir, partilhar e servir entre iguais.

 

Belo Horizonte, 17 de outubro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 10, 35-45).