Foi profundo e fecundo

Teu encontro na praia,
já ressuscitado pelo Pai,
com os teus discípulos,
Simão Pedro e Tomé,
João e Natanael,
Thiago e André…
foi profundo e fecundo,
com verve libertadora.
 
Haviam saído para pescar,
na pequenina barca,
lançaram as suas redes,
tentaram à noite toda,
mas nada pescaram.
Mas, no romper da aurora,
quando já desistiam do feito,
com teu brilho solar celestial,
tu lhes apareceste na margem,
na praia do mar de Tiberíades.
 
Quando lhes perguntaste,
com tuas brasas acesas,
se tinham pão e peixe,
eles não te reconheceram,
ali, com eles, presente,
imediatamente,
Mas quando tu lhes pediste,
para lançarem as suas redes,
e eles te obedeceram…
diante de tantos peixes,
sem as redes se romperem,
tomados por grande mistério,
seus olhos se abriram,
para a tua Luz novamente.
 
Primeiro foi João:
“irmãos, é o Senhor!”
depois foi Simão Pedro,
que se atirou ao mar,
em seguida todos os outros.
Então, imediatamente,
passam a cuidar da rede,
agora cheia de peixes.
“Tragam para mim 
alguns desses peixes”,
e “vinde comer”, 
tu lhes disseste,
ao dividir com eles,
do teu pão e peixe.
 
Dá-nos, Senhor Jesus,
este dom precioso
de teus pescadores,
de perseverar à noite toda,
sem nada apanhar,
dom da Fé peregrina,
que ante a beleza da Aurora
em Fé pascal se transforma.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 05 de abril de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 21, 1-14).

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