Tu és mistério divino singular,
que nenhum conceito decifra,
nem te traduz com fidelidade.
Em teu amálgama excepcional,
tu és fonte de energia primal,
és capaz de gerar outro ser,
de buscar o que favorece a vida,
de indignar-se diante da fome,
do avesso da história contada,
comprometer-se com a tecitura,
da grande colcha da irmandade,
da justiça e da biopolítica responsável.
O teu jeito de ser nos encanta,
e simultaneamente amedronta,
é triste e precisamos reconhecer,
ao longo de toda a nossa história,
por nós homens foste “dominada”,
sim, foste perseguida e violentada,
muitas entre vós foram assassinadas.
Tu nunca desististe de tua dignidade,
com teimosia, resistência invencível,
de cabeça erguida, teu grito ecoava:
Ninguém solta a mão de ninguém!
De tuas lágrimas brotam coragem,
e o luto as impulsionam para a luta.
Fisicamente tu pareces tão frágil,
alguns a comparam com uma flor,
no fundo, a verdade é bem outra,
pois, com coragem e força interior,
com criativa e invencível resiliência,
tu és como um vulcão em erupção.
Com imensa gratidão, reconhecemos,
tu nos impressionas e nos surpreendes,
pois, como prisma da luz da Ruah divina,
toda a espécie humana a tua vida enriquece!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 08 de março de 2024.
Poesia brotada no Dia internacional da Mulher.
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