A vida nova que tu nos abres,
oh Mestre do Caminho da Luz,
a via que nos liberta do egoísmo,
pelo cultivo do amar, cuidar e servir,
é trilhar que nos interpela e exige:
profunda transformação interior,
mudança da mentalidade moralista,
novos critérios e outros valores.
Trata-se, pois, de decisão singular:
a de cultivarmos todo dia a vida nova,
uma vida de enraizados em ti, oh Jesus!
Sim, é no trilhar de teus caminhos,
oh Prisma do Amor de Deus,
numa busca esmerada e infinda,
de sermos teus discípulos fiéis,
que somos chamados a acolher
a beleza atrativa da Luz do Céu,
a Luz do Abba que nos purifica,
e, pela força criativa da Ruah divina,
delicadamente, em nós, faz trabalho fino,
como o oleiro com as mãos molda o barro,
até que nos tornemos testemunhas vivas,
da graça contagiante da vida nova,
uma vida de enraizados em ti, oh Jesus!
Na tua parábola do Reino entre nós,
nota-se que todos se transformam,
ou são chamados a se modificar:
primeiro mostra-nos o filho mais novo,
que reconhece os erros cometidos,
e, com a memória da bondade do pai,
cai em si e assume a busca de vida nova;
depois, revela-nos a mudança do pai,
que, ante a trágica realidade do filho perdido,
experimenta a leveza libertadora da compaixão,
e ante a dureza de coração do filho mais velho,
experimenta a infinita paciência divina,
e se deixa mover pela lógica do bem querer;
por fim, mostra-nos o filho mais velho,
que, interpelado pela postura do pai,
é chamado a rever a sua compreensão dos fatos,
o olhar implacável que condena o irmão recuperado,
o sentimento que o impede de sentir alegria,
e assumir a práxis do amar, cuidar e servir.
Dá-nos o dom precioso da vida nova,
uma vida de enraizados em ti, oh Jesus,
que aposta na força libertadora da compaixão,
postura que irradia luz sobre a vida dos irmãos.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 02 de março de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 15, 1-32).
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