É muito fácil, rápido e cômodo,
nós deturparmos uma religião,
oh Mestre do caminho que liberta,
Profeta fiel do amor que nos salva,
reduzi-la a simples eventos sociais,
a preceitos puramente exteriores,
a tradições sem apelos de conversão,
a ritos convencionais sem profecias,
práticas embaladas por diabólica hipocrisia.
É tão difícil, custoso e desafiante,
assumirmos uma religião verdadeira,
oh Testemunha do Reino presente,
e amorosamente atuante entre nós,
sem moralismos e julgamentos alheios,
centrada na busca esmerada e cotidiana:
do partilhar a grande mesa da irmandade,
superando toda forma forma de exclusão;
de praticar a justiça e a amizade social,
combatendo a violência contra a vida;
do unir desafiante e saboroso de fé e vida,
com fidelidade criativa, no amar, cuidar, servir.
Dá-nos, Jesus, hoje e amanhã também,
a tua fé solícita e a tua coragem profética,
para vivenciarmos uma religião que liberta,
e testemunharmos, com alegria e entusiasmo,
a beleza do Evangelho do amor que nos irmana,
a firmeza de caminharmos contigo na luz divina,
e a força para seguirmos pelo caminho que abriste.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 16 de fevereiro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mt 9, 14-15).
Imagem: A memória dos mártires da caminhada presente na 17ª Romaria da Terra e das Águas 2023 em Catalão (GO) – Foto: Júlia Barbosa / CPT Nacional.
Seja o primeiro a comentar