Quando um irmão peca contra nós,
contra alguém de nossa comunidade,
tu nos ensinas a complexa arte de amar,
e cultivarmos a paciência de Deus conosco.
É preciso dele aproximarmos com ternura,
procedermos com delicadeza e no particular,
procurarmos um jeito de dialogar e aconselhar,
e agirmos sempre com a intenção de o libertar.
No entanto, importa termos realismo e clareza,
há entre nós irmãos e irmãs que são bem mais difíceis,
que não cultivam a humildade para reconhecer seus erros,
e que não aceitam nem conselhos nem a ajuda dos outros.
Com esses é preciso um verdadeiro trabalho de base,
agirmos juntos com estratégias coletivas e comunitárias,
envolvermos a força orante de toda a nossa comunidade,
até fazê-los cair em si e perceberem a gravidade da situação.
Se desse modo eles se convertem, a comunidade cresce,
pois se trata da experiência da graça, da divina misericórdia,
mas nem sempre é assim que as coisas entre nós acontecem,
somos todos impotentes diante da liberdade de cada pessoa.
Importa não perdermos a esperança na força atuante da graça,
que interpela os corações e aguarda com paciência o momento,
o tempo certo para brotar dentro de nós o desejo de conversão,
cientes de que Deus respeita o dom e o mistério de nossa liberdade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 09 de setembro de 2023.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 18, 15-17).
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