Tu desconsertas, Senhor,
a minha antiga concepção
do Deus de justiça implacável,
que despreza os impuros,
que não tolera os infiéis
e que condena os impuros.
Tu, ao contrário, te misturas, Senhor,
tu sentas à mesa com os pecadores.
Tu desconsertas, Senhor,
a minha anterior compreensão
do Deus que exige holocaustos,
que afasta os ingratos,
que detesta os pusilânimes
e que odeia os inconstantes.
Tu, ao contrário, tens compaixão, Senhor,
tu queres a misericórdia, não o sacrifício.
Como Mateus, o cobrador, Senhor,
quero também ouvir o teu chamado,
quero o seguir como teu discípulo,
quero receber-te em minha casa,
quero sentar-me a mesa contigo
e ouvir-te sobre o Reino presente entre nós.
Tu revelas a iniciativa do amor divino por nós,
tu mostras a gratuidade desse amor singular.
Belo Horizonte, 21 de setembro de 2021.
Na festa de São Mateus, apóstolo, poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 9, 9-13).
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