Ao narrar teu tão singelo nascimento,
Mateus nos surpreende e nos provoca,
ele nos oferece uma experiência singular:
Magos do Oriente estão firmes a te procurar.
Fascinados e seduzidos pela “estrela guia”,
cujo brilho, ontem e hoje, dá o que pensar,
te buscaram no palácio de Herodes em Jerusalém,
e te encontraram entre os pobres na pequenina Belém.
Onde está a nascer o “Enviado de Deus” pra nos salvar?
Discernimos a “estrela guia” e nos deixamos orientar?
Sentimos, com os Magos, a alegria de encontrar-te “Menino”?
Ou, com Herodes, ficamos alarmados pois estás entre os pobres?
E tu, Belém, tida por muitos pequenina terra de Judá,
de modo algum és a menor entre as cidades de Judá,
pois de ti nasceu o profeta do Reino de Deus entre nós,
que nos revelou a boa nova e os caminhos da libertação.
Nós conhecemos os caminhos que hoje nos levam a “Belém”?
que “presentes” nós trazemos para oferecer-te no presépio?
Ao celebrar o teu Natal, voltamos pelos caminhos de Herodes?
Ou, corajosos, te seguimos por caminhos novos de libertação?
Não devemos esquecer que os caminhos de Deus são na contramão,
eles não passam pela empáfia ou pela astúcia dos poderosos,
passam, antes, pela esperança teimosa e solidária dos pobres,
dos que lutam sempre, pois têm sede de justiça e fratersororidade.
Que teus discípulos e discípulas ao celebrarmos o mistério do teu Natal,
cultivemos, com ousadia e alegria, o discernimento dos Magos do Oriente,
e, com disposição, coragem e a intrepidez dos que seguem a estrela guia,
ao encontrar-te frágil entre os pobres, convertamo-nos a seguir teu caminho.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 22 de dezembro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 2, 1-12).
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