Tu nos inquietas com a tua liberdade e paz interior,
oh Mestre dos caminhos da nossa libertação,
e, assim, nos alertas sobre os perigos da ganância,
que nos cega e endurece, por dentro, o nosso coração,
por isso nos torna insensíveis, indiferentes aos nossos irmãos,
mesmo quando estamos diante de irmãos e irmãs necessitados,
ou quando estamos diante da fome ou da dor da exclusão social.
Por isso Tu nos ensinas a sermos ricos aos olhos de Deus,
pelo reconhecimento e pela defesa da dignidade da vida,
pela busca de encontrarmos nas pessoas a centelha divina,
pela procura de saciarmos a fome de amar e de ser amados,
pois, é apequenado nos entregarmos à lógica da acumulação,
quando experimentamos que a vida só adquire horizonte e gosto
pela partilha de tudo que somos e na conquista diária do bem viver.
Que nós teus discípulos e discípulas do Reino da irmandade,
por meio de redes de comunidades de fé, comunhão e partilha,
irradiemos a alegria e a beleza da Vida Nova de enraizados em Ti:
sendo livres para a práxis da justiça, da compaixão e do amar e servir.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 17 de outubro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 12, 13-21).
Foto: Pe. Júlio Lancellotti, que mesmo ameaçado, injustiçado e perseguido, continua, jesuanicamente livre, a preparar a mesa da partilha do pão e da vida com os irmãos e irmãs em situação de rua, desfigurados pela perversa exclusão e pecaminosa indiferença social.
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