Quando contemplamos o teu agir profético,
e miramos o perfil de teus discípulos e discípulas,
o teu confiar a missão a pecadores e pecadoras
isso muito nos provoca e nos interpela, confesso.
O dinamismo libertador do Reino presente
e assim tão próximo da vida como ela é…
isso nos surpreende e nos questiona, confesso.
Como podes chamar a pecadores
pra testemunhar o teu Evangelho?
Como podes compartilhar a mesa
com pessoas impuras e pecadoras?
Como podes confiar esta nobre missão
a pessoas humanamente tão simples,
sem reconhecimento e qualificação?
De onde vem esta tua liberdade libertada
de agir com tamanha graça e misericórdia,
e, ao invés de ser servido, amar e servir?
Tu deixas claro pela tua práxis libertadora,
oh Mestre do agir misericordioso do Abba,
que são outros os caminhos do teu Reino,
sim, que os seus critérios são muito distintos,
da lógica fria do poder opressor que submete,
do mecanismo insensível da eficácia e do lucro,
que é capaz de sacrificar a vida de irmãos e irmãs,
e destruir a beleza e equilíbrio de nossa Casa comum.
Ensine, Senhor Jesus, a tua Igreja a confiar mais,
na luz amorosa e na força criativa da Ruah divina,
no dinamismo libertador do teu Reino nela presente,
a confiar no Reino da misericórdia, da justiça e da irmandade…
Que a tua Igreja abrace o desafio da conversão diária ao Evangelho,
e assuma pra valer a sua identidade, no planejar e no agir pastoral sinodal
e a sua missão de ser testemunha da alegria da vida nova, no caminhar juntos!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 21 de setembro de 2022
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 9, 9-13)
Foto: Registro do encerramento da I Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Que ela e o Sínodo sobre a sinodalidade em curso sejam uma primavera impulsionada pela Ruah divina na vida da Igreja Católica.
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