Em teu sublime sermão da montanha,
oh Profeta que traz o Espírito Libertador,
a Lei do Amor e a Profecia Celestina do Reino,
há um momento singular de grande inflexão,
quando nos provocas eticamente e nos faz refletir,
sobre o modo como julgamos os nossos irmãos,
sobre a medida com que medimos a vida dos outros:
há alguma hipocrisia, incoerência e falsidade em nós,
em nossa maneira de ser, de agir e de nos relacionar?
Por que tendemos a observar por primeiro
o cisco nos olhos de nossos irmãos e irmãs,
sem prestar atenção à trave que temos nos olhos?
Não seria bem mais humano, ético e coerente,
que primeiro tiremos a trave de nossos olhos,
para retirarmos o cisco dos olhos de irmãos?
Qual é a medida que usamos para julgar os outros?
Nosso testemunho de vida nos dá aquela autoridade
que brota nos olhos de quem contempla a coerência do juiz?
Que teus discípulos e discípulas cultivem no cotidiano
oh Mestre dos caminhos da justiça do Reino de Deus,
a mesma misericórdia do teu e nosso Abba querido,
e que juntos concretizemos a tua Igreja samaritana,
uma Igreja de portas sempre abertas para acolher,
para testemunhar a Vida Nova irradiada do Evangelho
e compartilhada em rede de pequenas comunidades
comunidades comprometidas com a partilha do Reino,
comunidades de fé, de oração e de partilha fratersororal.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 20 de junho de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 7, 1-5).
Foto: Não é esta a mesa da partilha que Deus quer para seus filhos e filhas. Milhares de brasileiros, por causa da diabólica desigualdade social, ainda dependem dos chamados lixões para sobreviver ante a ameaça diária da fome. Foto de Wilson Dias/ABr.
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