Não se contém,
não se retém…
não quer se conter,
não quer se reter
nada de si,
nem para si,
sem deixar de ser.Faz-se doação!
Doação de si para outro,
para o “Totalmente Outro”.
Faz-se criação!
Criação do diferente de si
como possibilidade de ser.
Por isso é movimento para fora,
“saída sem sair”,
para o Outro de Si…
O Amor é acolhida!
Não se fecha,
não se basta…
não quer se fechar,
não quer se bastar
não quer ser para si,
nem só em si.
Faz-se abertura!
Abertura em si para outro.
Faz-se compreensão,
do diferente de si,
como possibilidade de ser.
Por isso é companheiro e estradeiro,
se faz “Caminho”,
para o outro caminhar.
O Amor é comunhão!
O Amor é perdão!
O Amor é participação!
O Amor é Trindade!
É PAI-MÃE,
“Criatividade” da eterna novidade,
é FILHO,
“Beleza” da eterna autorevelação,
é ESPÍRITO SANTO,
“Ruah de sabedoria, luz e força”.
Deus é ternura absoluta,
sempre em relação de amor,
é felicidade plena,
que, por amor, se faz dom para nós,
é caminho de páscoa,
da “liberdade de” para a “liberdade para”…
é dom de conviver,
na “plenitude pericorética” (*),
é graça de participar da comunhão,
na Relação Absoluta de Amor:
Deus é Mistério trinitário,
que se revela “Amor sempre em ato de amar”.
(*) Pericórese significa a interpenetração, intercomunhão amorosa das Pessoas Trinitárias Pai, Filho e Espírito Santo!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 30 de junho de 2000.
Poema provocado pela experiência inefável do Amor trinitário, quando finalizava, no Curso de Teologia para professoras/es, catequistas e funcionárias/os do Colégio Marista Dom Silverio, a disciplina Trindade.
Foto: Mural da Santíssima Trindade, do artista Claudio Pastro (1948-2016), na capela do 2º andar de Vila Kostka, Itaici (SP)
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