Hoje, Senhor Jesus, nós precisamos muito de tua presença entre nós,
pois vemos tantas serpentes venenosas destruindo a dignidade da vida:
a serpente da desigualdade social com seus venenos tão calamitosos,
da violência, da corrupção e da peçonhenta cultura da indiferença;
a serpente da cultura patriarcal com seus venenos tão desastrosos,
da opressão e exclusão das mulheres e da violência doméstica;
a serpente do colonialismo nefasto com seus venenos terríveis,
da tirania, da dominação, da escravidão e do racismo estrutural;
a serpente do capitalismo neoliberal com seus venenos catastróficos,
da miséria e da corrupção na economia, na política e até na religião.
Pela fé e pelo batismo, nós recebemos de ti uma importante missão,
oh Ressuscitado Emanuel, Deus sempre conosco,
a de ser discípulos missionários do Reino da justiça e de fratersororidade,
e, com grande alegria e entusiasmo, com a disposição para amar e servir,
queremos, sim, anunciar e testemunhar a beleza da luz do teu Evangelho,
e construirmos juntos a tua Igreja sinodal em saída para as periferias.
Por isso nós te pedimos que a tua Igreja, sinal do Reinado de Deus,
seja mediadora da força libertadora de teus dons proféticos entre nós:
revelar ao mundo a presença amorosa e atuante do teu Abba querido,
combater de forma incansável e expulsar o poder do mal de nosso meio,
anunciar a Boa Nova aos pobres e excluídos e saciar os famintos e sedentos,
acolher, cuidar e de curar os doentes, os sofredores e os desesperançados.
Que os teus discípulos e discípulas de hoje, oh Jesus Ressuscitado,
sejam movidos pela graça, pela luz e pela força da Ruah divina,
que eles falem as línguas capazes de tocar os corações das pessoas,
e de nelas despertar tanto a dignidade dos filhos e filhas amados de Deus,
quanto o desejo de concretizar o Reino da justiça e da fratersororidade,
e de ajudar e soerguer os irmãos e irmãs encontrados caídos pelo caminho.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 25 de janeiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 16, 15-18).
Foto: Irmãzinhas de Jesus que, movidas pelo Evangelho da graça, dedicaram e entregaram as suas vidas para salvar a cultura e a vida dos Apyãwa (Tapirapé), povo originário condenado a morte.
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