de Tradição religiosa em ti enraizada,
que guarda e anuncia a tua memória,
oh Profeta do Reino de Deus,
hoje encontramos tantas ideias falazes,
proclamadas ao povo sobre a tua pessoa,
sem quaisquer exigências de conversão
a Deus e ao seu projeto de Vida Nova;
há inúmeros ritos religiosos deturpados
realizados diariamente em teu nome,
sem ligação com o Reino de teu Abba querido;
há tantas práticas oferecidas, com televisiva
e internética evocação de teu Santo Nome,
sem fidelidade aos princípios estruturantes
e à simplicidade estética de teu Evangelho;
sem misericórdia com as vítimas da exclusão;
sem relação com a justiça profética do Reino,
cuja presença atuante e libertadora entre nós
tu anunciaste e testemunhaste, com fidelidade
até as últimas consequências, na morte na cruz.Até quando permitirás, Senhor Jesus,
Profeta ressuscitado por Deus Pai,
e Emanuel, no Caminho junto conosco,
até quando permitirás que te manipulem,
que abusem impunimente de teu santo Nome?
que continuem a fazer memória de tua vida
sem o teu compromisso com a justiça do Reino?
que continuem a anunciar o teu santo Evangelho
sem cuidar para que seja Boa Nova para os pobres?
que muitos discípulos teus continuem indiferentes,
surdos ao clamor de tantos oprimidos e excluídos,
sem denunciar as causas de tão grande opressão?
que continuem a se apresentar como teus discípulos,
sem o teu zelo profético com o projeto salvífico de Deus,
sem a tua fidelidade ao Reino da fratersororidade?
Envie a luz e a força da Ruah divina sobre nós,
para que, ao contemplar o viver de teus discípulos,
e as ações evangelizadoras praticadas por tua Igreja,
possamos dizer em cada proclamação de teu Evangelho:
nós te louvamos, Senhor Jesus, pois, hoje esta tua profecia
se cumpriu, com fidelidade, em tua Igreja e na nossa sociedade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 23 de janeiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 1, 1-4; 4, 14-21).
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