A beira do mar é lugar propício,
oh Mestre do Caminho,
para teus discípulos e discípulas,
pois, oportuniza experiências decisivas:
que diante da beleza sedutora do mar
percebam a própria vulnerabilidade,
e que, nas areias movediças da praia,
sintam a fragilidade de estar em terra firme.
Hoje diante de tamanha desigualdade social,
são tantos sem terra, sem teto e sem barco,
que me pergunto: como ser teu discípulo?
Sei que não basta reconhecer
que “tu és o Filho de Deus”,
isso até os espíritos maus fazem;
nem basta me aproximar de ti e tocá-lo,
na esperança de assim eu ser curado.
Ao discípulo e discípula é preciso tomar a cruz,
a cruz da tua fidelidade ao amar e servir,
a cruz da defesa da justiça e da dignidade
dos pobres, desprezados e invisibilizados,
e de perseverar, com fé, no teu seguimento
das “Galileias” até as “Jerusaléns” de hoje,
sendo fiel ao dinamismo libertador do Reino,
Reino de justiça, misericórdia e fratersororidade,
entregando-se, confiante, nas mãos de Deus,
cujo projeto salvífico universal é verdadeiro!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 3, 7-12).
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