“És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”
esta pergunta inquietante, corajosa e instigante,
precisa ser colocada, e de forma recorrente,
à nossa fé libertadora, de esperança militante.
Fico a imaginar, oh Profeta do Reino,
a alegria de João Batista na prisão,
quando os seus discípulos retornaram
e, com grande entusiasmo, lhe contaram
tudo o que viram e ouviram de ti:
“Os cegos recuperam a vista,
os paralíticos andam,
os leprosos são purificados,
os surdos ouvem,
os mortos ressuscitam,
e a boa nova é anunciada aos pobres.”
Hoje, no entanto, Senhor Jesus,
há tantos cegos em nosso meio,
que precisam enxergar a realidade;
há tantos egoístas paralisados pelo ter,
que precisam da cura da partilha fraternal;
há tantas vítimas de distintas lepras de exclusão,
seja na tua Igreja, seja em nossa sociedade,
que precisam ter a sua dignidade reconhecida;
há tantos mortos, ainda em vida, entre nós,
que necessitam ser ressuscitados;
há tantos surdos e indiferentes,
ante os gritos de dor e de fome,
que precisam voltar a escutar;
e há tantas más notícias e medidas tomadas
contra a vida e a dignidade dos pobres…
que clamamos pelo Reino de justiça e libertação
na política, economia, sociedade e na tua Igreja.
Que teus discípulos e discípulas de hoje
sejamos capazes de revelar,
como tu, outrora, oh Mestre do Caminho,
o Reino de Deus presente e atuante entre nós.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 15 de dezembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 7, 19-23).
Que possamos de forma constante ser inspirados a manter a coragem de seguir transformando.
Que palavra!!